Será uma boa profissão pra seguir, realmente?

Diariamente me chamam no direct do instagram para me perguntar qual é o trabalho específico de um Assessor de Investimentos, e em poucas palavras fica dificil de explicar, por isso vou explicar como foi meu início nessa carreira e como foi evoluindo o trabalho do assessor. Ou seja, você vai ter a oportunidade de entender a história e evolução do AAI de anos em apenas 12 minutos.

Se você ainda não me segue no insta, @risilva.aai, segue lá!

Meu primeiro contato com um agente autônomo de investimentos foi em 2006, quando um amigo do meu pai, Nery – meu segundo mentor – , abriu um escritório de câmbio e também de agentes autônomos de investimentos e convidou meu pai para abrir uma conta na corretora que o escritório era afiliado, na época a Walpires. O primeiro investimento do meu pai com o Nery foi em ACGU3, Açúcar Guarani S/A, e em apenas 2 semanas os R$20.000,00 que meu pai tinha investido havia se valorizado mais de 10%, ou seja, se tornaram mais de R$22.000,00!!

Nessa época eu tinha 16 anos, e fiquei FASCINADO com o retorno que meu pai teve. Então eu pesquisei no Google como eu poderia investir em ações também e encontrei o famoso Folha Invest – hoje não existe mais, mas era um excelente simulador da bolsa – que me dava R$100.000,00 fictícios, é claro, para investir nas ações cotadas na Bovespa. Desse ano em diante eu enchi o saco do meu pai para ele me levar no escritório do Nery, Brasilline Agentes autônomos de investimentos, para me mostrar como eu poderia investir meus trocadinhos que eu ganhava como técnico de hardware.

Quando me levou lá, eu vi o Nery e Nery Jr., seu filho, e mais três caras em uma sala separada olhando para as telas dos computadores cheias de gráficos das ações, fumando – ainda podia fumar dentro de ambientes fechados – e reclamando do Dow Jones (índice da bolsa americana). Foi mágico essa minha ida até lá, e logo na saída eu falei para o meu pai: “Fala com o Nery pra eu trabalhar no administrativo pra eu aprender a trabalhar com isso?”, e um ano depois eu estava trabalhando lá.

O que eu via no dia a dia de trabalho da Brasilline eram dois AAIs olhando para os gráficos, notícias, relatórios sobre as empresas cotadas na Bovespa escritos pela Walpires e outras corretoras e ligando para os clientes. Ou seja, o trabalho deles era abrir conta de novos clientes na Walpires para investir em ações – guarda essa informação de que eles só investiam em ações, você vai entender mais pra frente – e rotineiramente ligar para a carteira de clientes deles para fazer alguma mudança nos investimentos, como vender ações da Vale do Rio Doce S/A – atualmente só Vale S/A – e comprar ações da Petrobras S/A.

Com essas movimentações os AAI ganham suas comissões, afinal cada movimentação, compra e venda das ações, o cliente pagava uma corretagem. Nessa época o assessor tinha a liberdade de movimentar os investimentos sem precisar confirmar essa movimentação com o cliente, o que fez com que a profissão ficasse queimada, até por que muitos assessores movimentavam simplesmente para gerar mais corretagem e naturalmente não entregava rentabilidade para seus clientes, já que é um investimento de soma negativa a cada compra ou venda.

O mercado evoluiu com a chegada da XP Investimentos, ela abriu o leque de produtos na mão do Assessor, trouxe no seu portfólio, não só as ações, mas também fundos, de renda fixa, multimercado, de ações, DI, Long&Short e etc. Essa evolução foi muito criticada pelos assessores, já que a comissão que um fundo gerava era infinitamente menor do que ações, mas XP não se intimidou e continuou evoluindo, trouxe para o mercado o Crédito Bancário, os famosos CDBs, LCIs e LCAs de bancos menores, e também o Crédito Privado, Debentures, CRIs, CRAs.

Esse movimento revolucionou o mercado e mudou a forma do assessor de investimentos trabalhar, agora funciona da seguinte forma:

As corretoras originam e distribuem na sua plataforma crédito privado, bancário, COE, fundos, títulos públicos e continuam disponibilizando a plataforma de negociação direta com a B3 –  antiga BM&FBovespa – para compra e venda de ações e derivativos.

Os escritórios de agentes autônomos de investimentos por sua vez, precisam estar obrigatoriamente afiliado a uma única corretora, para distribuir esses produtos e ganhar uma comissão para cada investimento que seu cliente faça. O trabalho do assessor de investimentos não se limita a ficar sentado em uma mesa esperando o cliente ligar para dizer que tem um dinheiro para investir e então dizer quais produtos estão com uma taxa boa para investir.

O assessor é a figura que vai estar próxima do cliente, conhecer seus objetivos de vida, entender qual é a intenção com aquele patrimônio que está sendo investido, atualizar seu cliente com todas informações de novos ativos e oportunidades no mercado, acompanhar a evolução do patrimônio dele e corrigir rota se necessário, porém, tudo isso com total consentimento e decisão do cliente. Lembra que eu falei que antes os AAIs não confirmavam nenhuma operação com o cliente? Pois é, o mercado mudou e para melhor, atualmente tudo é confirmado via telefone, e-mail ou aplicativos homologados pela CVM – dependendo da corretora.

Resumindo: O assessor de investimentos é personal trainer do investidor, ele é quem vai mostrar como fazer o investimento da melhor forma possível alinhado com o objetivo que o próprio cliente definiu.

Já que agora você sabe como funciona o trabalho de um agente autônomo de investimentos é bom você entender como funciona a remuneração dessa profissão, leia esse outro texto que escrevi para você entender.

Assessor de investimentos é a profissão do futuro!